03/05/10

Adormecer

Um quarto fechado
e carne.
Carne que se toca e banha
nos perfumes sensuais dos bálsamos
como água escorrendo entre areia
- quem dera ser grão.

Suspensos depois
os hálitos cansados
dos equadores virginais
- calor, humidade, paz
Névoa densa,
Janeiro são.

Depois,
abrir a fresta de janela
aos ares serenados
de uma noite fria
que nem o silêncio desfaz.

E adormecer,
enconstando a cabeça
à brisa macia que se ajeita e aninha
na pele já enxuta
de prazer.