22/09/08

À espera


Sozinha, envelhece.

Espera que a penumbra se dissipe
Que os raios se façam, ténues
Ansiado promontório.

Do tempo em viagem,
Desconhece sentido.
É apenas água e pão,
gota salina,
estação.

Flutua, leve.

Desespera que a sombra se fique,
Nesse Maio migratório
Cerrado de grão enseada,
Sinuosa, teima - aguada.

A de vinha, desterro,
é apenas ilha.
Solidão.

12/09/08

A-Mestra-dam



Os rios vão correndo
Na terrena cidade subaquática
Ou talvez seja o mar
Que adentra entranhas
Diqueadas pelo tempo.

Se calhar foram os homens...

Talvez descubra nos canais
A torrente certa
De outros dias
E as marés salobras
Diluam escorridas gotas rubras,
Tulipas coloridas,
Opiáceas e legais.

Agora que cheguei,
Só me resta ir pedalando.

Para não me desaguar...