Quando eu voltar
Ponham flores na janela
E encham as ruas de gente
de cravos rubros à lapela
E uma salva-de-almas a dançar
Quando eu chegar
Façam brotar de novas fontes
rios de água em pedra dura
a desvelar nos horizontes
as mãos lavadas da ternura
Se eu não ficar
Culpem o mar que me chama
Que o meu olhar de penitente
Só se aquieta quando ama
o porto-peito já ausente
Se eu não voltar
acendam velas de finado
e digam "morreu afogado
no corpo feito da cidade
onde nasceu a liberdade
onde viveu a liberdade
onde se deu à liberdade".
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