05/06/09

A última - primeira

Vinte, as rosas sobre a cama
- teu leito.
Nelas nos deito,
nessa noite derradeira já esquecida.

Das vinte, a que me deste sobrou,
vermelha e bela,
enfeitada à lapela.

Muito tempo passou que a guardei
rubra e terna,
perfumada ainda
da nossa manhã clara conjunta,
perdendo-se que ia
a sua estrutura de flor.

Ficaram as espinhadas
pétalas secas de amor
em que tropeçava
nas saídas atrasadas
de todos os dias,
despedidas tristes, murmuradas.

Importa sair da beleza derradeira
sem hesitação nem demora:
e atirei cruel a última - primeira
das vinte rosas pelo peito fora.

1 comentário:

Unknown disse...

Rafa, está lindo!Mas é tempo de viver o presente e não o passado;)!!!
Abraço do Amigo,
Bruno