30/04/08

Aparição

Trazias mãos descalças
E pés porosos, de pele lixiviada
A face, rubra-quente,
Exalando odores puros
De uma manhã fresca de Dezembro.
De voz-cristal,
Os olhos eram água.
E corrias abraçada nas margens
De Oceano-lavado
Nas aragens húmidas
Das noites curtas de Setembro.
O teu cabelo podia ser leito,
O teu amparo, peito .
Mas fugias e chegavas,
E partias,
O querer rareado,
Infinito perfeito, amor primeiro
De quem se não pouco quer
No teu beijo, curto-raro
Lábio-carne enrubescido

De tarde que tarda eterna
Fria
Em Janeiro.

1 comentário:

L. disse...

a madrugada fria enregela mas acorda.