03/12/07

O meu amor

O meu amor
Evade-se pelas ruas
E espanta-se quando a chuva fica suspensa.
Grita e chora, atenta da culpa,
E espera-se horas a fio,
sem saber de onde vem.

O meu amor explode em sete bocas,
Escutando as vozes roucas,
Chamando "lerdas" às eternas valquírias
Que o vêm resgatar,
Nos seus cavalos alados,
cegos pelas tranças loiras
que escondem do Sol de Inverno
os seus olhos cansados.

O meu amor, fica agastado a flutuar,
Catando microscópicos crustáceos do seu pelo
quente, enquanto rola, chapindo,
oceanos de esperança que juntam quem se
desencontra.
O meu amor é simples,
força da natureza pura,
e roi aos poucos sementes,
meigas de desejo.

O meu amor é doce, eternamente criança.
O meu amor é uma lontra.

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