01/12/07

Fim de tarde

Salgávamos os corpos,
diluindo as águas do espanto.

Vinha o frio.

E percebíamos que as nossas horas,
nuas, eram já tardias.

Depois, o sonho,
encoberto no manto deserto da espera.

No ar, apenas um murmúrio,
a paz cansada a fazer-se ouvir.

E ficávamos, abraçados, à escuta
de ver o fim da tarde imensa a cair.

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