Não quero mais os beijos públicos, liceais.
Nem a ânsia da mão alheia,
que nos rodeia sem tocar,
nem as línguas mastigadas sob os dentes que estalam,
nem o tempero da saliva diluindo as peles macias.
Os meus beijos hão-de ser serenos,
no recanto de um quarto,
entre as quatro paredes sólidas por onde os olhares não passam,
e que barram as paixões insanas legadas ao silêncio.
As lágrimas que correrem serão curtas,
embrenhadas e feridas,
carne tenra dos gemidos,
desarme imenso de todos os sentidos.
Não quero mais os beijos públicos,
da inocência pura,
descoberta de si.
Creio que estou a ficar velho.
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