18/03/13

Há afinal caminho

Desespero da fome
crise vendida
fantasma da miséria
pulsar imaginado
de horizonte sombrio.

Mas
um trompete suave,
um traço de Monet
e distante, a ânsia
feita lema
das palavras de Eugénio
ferindo como beijo

"é na alma que a morte faz a casa"

porquê?

Sem corpo,
seio esmaltado
musa que sorri
não passa
de mal que nos consome,
tremida, etérea
- a rima avança.



Da aragem difusa
cena-en-mise fendida
veio recortado
e féria em que se lê:
há afinal caminho.
Poema, desejo.
Esperança.



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