01/12/06

Actos - 1

Nessas noites, a porta fechava-se com mais força, e os seus passos eram mais lentos sobre o soalho pesado.
Trepava a cama, subia sobre mim, e nesse instante toda a cidade se silenciava, o tempo perdia o sentido e as palavras deixavam de existir, numa investida, noutra, e em mais uma, final, até que o mundo todo morria cá dentro. Depois, rolava para o lado.
No outro dia, os seus olhos eram baços, sem luz, encortinados no soluço da memória.

Afinal, a pior dor é que não descobre as suas razões.

3 comentários:

Anónimo disse...

"o tempo perdia o sentido i as palavras deixavam de existir".. estaa foi profunda.. para além dos lindos posts k aki tens! parabéns i kntinua axim! adorei! bjos dos açores.. !!!***

Rafael Fraga disse...

Olá Joana,

Obrigado pela visita.

Beijos,
R.

Anónimo disse...

Existem plantas com folhas da mesma forma, com frutos da mesma cor e o pólen de uma às vezes poliniza a outra.
- Plantas da mesma espécie exclamaria alguem.

Ler isto é como ver um antigo porta retrato com alguem de bruços na cama, sozinha e sem razões.

Dificil de entender.


Gostei muito, faz-me lembrar uma história. Tantas histórias se repetem.

Beijinho