28/06/05

Um imenso deserto ...

As nossas partilhas são opções cujos percursos por vezes não compreendemos, e cujas consequências trazemos arrastadas na imensidão das noites.

Na cama, é onde tudo começa e acaba, onde partilhamos e nos partilhamos. Da cama fazemos ponto de chegada, na antecedência de novas lembranças, e de lá observamos na penumbra as formas indistintas dos corpos que partem.

Que a renovação seja completa, quando, um dia, nos decidirmos a abandonar o casulo dos lençóis, e nos entregarmos aos mistérios das substâncias puras. E que as novas alquimias descubram o ouro dos magos na transformação das palavras, pois que só elas encurtam as distâncias.

"Espero sentido, sentado,
Por ti, a meu lado, e nada acontece

Escuto, enquanto me tiras
O ar que respiras quando adormeces
E fico de novo guardado
No quarto pesado, princípio de fim

A cama,
É um imenso deserto
Onde estamos tão perto

E ficamos assim
"
RF.

2 comentários:

Ginja disse...

aham, passo por aí quando tiveres mais posts :) entretanto gostei.

RD disse...

haveras de dar um bom filósofo ;)
bjinhos!