Eu quero na cidade inteira
Um horizonte deserto
E o meu nome rasgado
Num pedaço de lama escura
Ou num círio por queimar.
Eu quero uma rua em silêncio
Um coro de finado
E os sinos em delírio
Chamando féretro à tortura
dos meus ossos por cremar.
Eu quero o edíficio da idade
Erigido sobre um monte
E o dilúvio desaguado
Afogando lentamente
A turba por irar.
Eu quero uma porta encoberta
Por um grão de areia-gente
Artifício e soro consagrado
Da virtude
Por velar.