Trago no peito
A ternura das manhãs
É o efeito
De te ouvir palavras sãs
Trago o peito
À altura dos sentidos
É ser o eleito
A quem pedes teus pedidos
Trago comigo
Os três pontos do espaço
Risco contigo
Duas linhas num só traço
Trago o amigo
A quem dizes querer
E que fala contigo
Sem nunca dizer
Trago o abrigo
De quem espera nascer
No peito contido
Sem nunca morrer
28/02/06
14/02/06
Indisponibilidades e "Pássaros"
As últimas semanas têm sido frenéticas, impossibilitando-me de dedicar à escrita o tempo que gostaria. Naturalmente, achar que isso é mau mais não é do que expressar subtilmente uma imodéstia, que roça os limites do mau gosto - um mal que abunda por aí, e que, creio, me atingiu também na sua expansão generalizada.
Em todo o caso, tive a oportunidade recente de transformar em canção alguns textos de minha autoria, no âmbito de um novo projecto musical, "visitável" em http://2acustico.pt.vu . O site encontra-se ainda em fase de desenvolvimento, havendo alguns mp3 ainda não disponíveis, e reporta-se apenas à parte do projecto que se dedica à re-interpretação de canções de outros autores. Os temas originais, que complementam o projecto, foram reunidos em pré-gravação recente num albúm submetido aos programas de apoio para edição discográfica da Secretaria Regional dos Açores.
Entretanto, irei publicando os textos que reuni no disco, alguns dos quais foram inicialmente publicados neste blog, mas que sofreram pequenas (?) alterações aquando da sua transformação em canção. O primeiro texto, que se segue, reporta-se a 2004, não tinha ainda sido publicado, e creio ser o mais antigo dos que foram editados no disco.
Pássaros
Pássaros pousados neste fio
Esticado de fastio
Pássaros parados junto às margens
Intranquilas deste rio
Pássaros calados,
Batem as asas fechados,
E mergulham nas paragens
Emigradas do estio
Pássaros audazes,
Invadidos pouco a pouco
Vão partindo desertados,
Desaguados pelo frio
Das margens já serenas,
Inundadas de vazio,
Os pássaros voaram
E nunca mais voltaram
A chorar as suas penas
Serenadas junto ao rio
(3 de Dezembro de 2004 - revisto em Janeiro de 2006)
Em todo o caso, tive a oportunidade recente de transformar em canção alguns textos de minha autoria, no âmbito de um novo projecto musical, "visitável" em http://2acustico.pt.vu . O site encontra-se ainda em fase de desenvolvimento, havendo alguns mp3 ainda não disponíveis, e reporta-se apenas à parte do projecto que se dedica à re-interpretação de canções de outros autores. Os temas originais, que complementam o projecto, foram reunidos em pré-gravação recente num albúm submetido aos programas de apoio para edição discográfica da Secretaria Regional dos Açores.
Entretanto, irei publicando os textos que reuni no disco, alguns dos quais foram inicialmente publicados neste blog, mas que sofreram pequenas (?) alterações aquando da sua transformação em canção. O primeiro texto, que se segue, reporta-se a 2004, não tinha ainda sido publicado, e creio ser o mais antigo dos que foram editados no disco.
Pássaros
Pássaros pousados neste fio
Esticado de fastio
Pássaros parados junto às margens
Intranquilas deste rio
Pássaros calados,
Batem as asas fechados,
E mergulham nas paragens
Emigradas do estio
Pássaros audazes,
Invadidos pouco a pouco
Vão partindo desertados,
Desaguados pelo frio
Das margens já serenas,
Inundadas de vazio,
Os pássaros voaram
E nunca mais voltaram
A chorar as suas penas
Serenadas junto ao rio
(3 de Dezembro de 2004 - revisto em Janeiro de 2006)
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